Muitos caminhos levaram ao povoamento e desenvolvimento do Estado de Mato Grosso do Sul, de sua Capital Campo Grande e de seus municípios.
Caminhos percorridos pelos indígenas, como o Peabiru; pelos bandeirantes que percorriam o “campo grande da vacaria” e caminho das águas do pantanal rumo à Cuiabá; pelos comerciantes de erva-mate que passavam pela margem do riacho segredo, vindos do Paraguai até Goiás e pelos sertanistas em busca de novas rotas a partir dos outros estados brasileiros e fazendeiros em busca de terras para criação e comercialização do gado.
Entre as mudanças estruturantes na construção da nossa história regional, anterior à criação da linha do trem, marca da modernização, sem dúvida, temos a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai. A região geográfica ocupada hoje pelo Mato Grosso do Sul foi palco de muitos conflitos externos e internos. Tornou-se rota para o exército brasileiro na Expedição de Mato Grosso, Campanha do Apa e Retirada da Laguna. Muitos de seus heróis morreram, como Antônio João, o Cel. Camisão e o Guia Lopes. Entre os que permaneceram vivos, conduzindo a salvo os combatentes até o Porto Canuto e Cuiabá, encontramos o Cel. Pedro José Rufino, que serviu à Pátria nessa fronteira com o Paraguai.
Toda a sorte de sofrimentos trouxe a Guerra. Contudo propiciou a definição das fronteiras entre os países envolvidos e trouxe nova leva de migração a causa daqueles que percorreram as trilhas já traçadas, proporcionando novo povoamento e tempo de reconstrução dos antigos núcleos urbanos. O “arraial de Santo Antônio”, hoje a Capital do Estado, iniciou-se no imediato pós-guerra (1875) sobre antigas fazendas Lajeado e Cabreúva da região do “campo grande”, cujas marcas até hoje persistem.
Consolidou-se o Mato Grosso do Sul como uma terra pujante e multicultural. O Pantanal é meta turística e apelo mundial de ecologia integral, que comporta o cuidado da pessoa humana com sua história e cultura; o cuidado da natureza e sua diversidade, bem o aproveitamento racional das riquezas naturais para o progresso e desenvolvimento sustentável.
A Rota bioceânica há tanto tempo esperada trará, certamente, novas oportunidades para a integração do Estado aos vários países da América. O Tratado de Paz entre o Brasil e o Paraguai firmado há 150 anos (1872-2022) traz à memória a rica história regional e seu potencial para o incremento do fluxo turístico, desenvolvimento do Estado e novos caminhos de construção de relações de paz.
A “Rota da Retirada da Laguna” propõe o conhecimento da trilha, seus heróis e os feitos históricos dessa epopeia aos que percorrerem as cidades símbolos, qual Estações da Trilha: Bela Vista, Jardim, Guia Lopes, Nioaque, Anastácio e Aquidauana, enquanto se encantam com a beleza da natureza, o bom gosto da música, arte, culinária, e, com a acolhida da boa gente Sul-mato-grossense.